O depoimento de um empreendedor no site Good.is reflete o modo de pensar de muitos profissionais que resolvem arriscar tudo em um novo negócio. A proposta dele pode te ajudar a lidar melhor com a jornada de quem precisa investir tudo em uma empresa, seja ela uma start-up ou não. Confira!
“Quando me mudei para o Vale do Silício, me disseram que essa seria a melhor época da minha vida para tomar uma decisão drástica e arriscada: trabalhar até a exaustão e fazer algo idiota como abrir uma empresa de tecnologia.
Entre os empreendedores dessa área, existe a pressão por manter-se solteiro e desempedido, e assim ter foco no negócio e poder orgulhar-se de trabalhar 80 horas por semana. Mas, o que descobri é que as pesquisas sugerem que essa mentalidade torna as empresas piores, e não melhores.
No ano passado, investidores e mercado de tecnologia começaram a debater sobre a definição de uma idade ideal para o empreendedor começar um novo negócio – algo como a faixa etária de melhor aproveitamento de um atleta antes que ele entre na fase de declínio de rendimento (vamos fingir que Michael Jordan e Jason Kidd não existem, ok?)
Os especialistas propuseram os 20 e poucos como a idade ideal para começar um negócio: aos 25, os empreendedores podem dar tudo de si para a empresa. Assim, sugeriram que os empresários deveriam estar livres de qualquer “amarra” como família ou outros assuntos que não fossem relacionados ao novo empreendimento.
Para eles, quanto mais novos, mais os donos de negócios poderiam arriscar, trabalhando horas a fio pela empresa – o que muitos consideram algo positivo. Mas, enquanto essa ideia parece unanimidade dentro da bolha do Vale do Silício, muitas evidências apontam para a direção oposta.
A Fundação Kauffman, dos Estados Unidos, realizou uma pesquisa com 550 empreendedores de sucesso em diversos setores da economia, de acordo com faturamento e referências dadas por seus pares. As informações levantadas sugerem que os empreendedores de maior sucesso têm em média 30 e poucos anos, são casados e têm filhos.
‘Esses empresários tendem a estar beirando os 40 anos quando começam seu primeiro negócio. Quase 70% deles estava casado quando se tornaram empreendedores, e quase 60% tinha pelo menos um filho – o que desafia o estereótipo do workaholic que não tem tempo nenhum para a família’, diz a pesquisa.
Os escritores Jason Fried e David Hasson também oferecem uma boa argumentação contra esse mentalidade no livro Rework (ainda sem tradução para o Português):
‘Workaholics não são heróis. Eles não salvam a pátria, eles só perdem o tempo’, afirmam, ‘O verdadeiro herói é aquele empresário que já está em casa pois descobriu uma forma mais rápida e eficiente de colocar a empresa para funcionar’. Em outras palavras, o foco deveria ser qualidade, e não quantidade.
Existem poucas provas de que fatores como estado civil, idade ou número de horas trabalhadas se transformam em sucesso nos negócios. Mas há centenas de outros fatores que sabidamente determinam o sucesso de uma empresa: execução, competição, mercado, entre vários outros. Reduzir as chances de ser bem-sucedido a estilo de vida ou horas extras é inocente e até absurdo.
Meu conselho, então, é que você entenda que seu negócio não vai morrer ou pular do penhasco se você não estiver lá. Você pode passar um tempo com as pessoas que ama. Não se sinta culpado por tomar uma cerveja com seus amigos.
Equilíbrio é a medida certa entre o seu estilo de trabalho e as suas necessidades fora do trabalho. Não caia na armadilha das 80 horas por semana – seja por compulsão ou por medo do fracasso. Não ignore a vida.
Espero que esse artigo te ajude a se libertar. Aproveite o verão!”
Fonte Good.is
Tradução Link2u